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Questão 41. In text V, without altering the general meaning of the sentence, “enthralled” (l. 8) could be replaced by (mark right — C — or wrong — E).

1. colorful

2. bewitched

3. captivated

4. eccentric

Enthrall, em seu sentido figurado, quer dizer “to captivate, hold spellbound, by pleasing qualities” (Oxford English Dictionary). No texto, enthralled poderia ser traduzido como “encantado”, no sentido de “que se deixou arrebatar ou seduzir; deslumbrado, maravilhado” (Dicionário Houaiss).

Captivated, no item 3, tem esse mesmo sentido: “to enthrall with charm or attractiveness; to enslave, fascinate, enamour, enchant, charm” (Oxford English Dictionary). Assim, o item 3 está CERTO.

Bewitched, que possivelmente foi o vocábulo que mais causou dúvida, também pode ter esse sentido. É claro que bewitched pode querer dizer “influenced by witchcraft; under, or having, magical influence” (Oxford English Dictionary), mas esse não é seu único sentido. Em seu sentido também figurado, significa “under a fascination; fascinated” (Oxford English Dictionary). Assim, o item 2 também está CERTO.

Os outros dois itens estão ERRADOS já que não há qualquer relação de sentido entre colorful ou eccentric com enthralled.

Questão 42. Considering the grammatical and semantic aspects of text V, decide whether the following items are right (C) or wrong (E).

1. The word “sleuth” (l. 13) is used in a disparaging way.

Em um sentido hoje obsoleto na língua inglesa, sleuth queria dizer “the track or trail of a person or animal” (Oxford English Dictionary). Em outro de seus sentidos, mas relacionado a esse, sleuth quer dizer o mesmo que bloodhound — ou seja, para referir-se a cães farejadores. Um terceiro sentido, também relacionado, é o de “detetive; investigador”, que é o que se aplica ao texto.

Não encontrei nenhum dicionário que classificasse esse sentido como “disparaging / derogatory” (ou seja, pejorativo). O Oxford English Dictionary diz apenas que esse sentido é usado no inglês norte-americano — o mesmo que diz o Merriam-Webster’s Online Dictionary; O Oxford Dictionaries diz apenas que é informal; o Macmillan Dictionary diz apenas que é old-fashioned — assim como o Longman Dictionary of Contemporary English; o Cambridge Advanced Learner’s Dictionary diz que é old-fashionedhumorous.

É claro que palavras não pejorativas podem ser usadas com um sentido pejorativo, mas não creio que seja o caso no texto em questão. Além disso, “linguistic sleuth” é usado em outros textos sem sentido pejorativo, como é o caso aqui. Assim, considero o item ERRADO.

2. The author thinks that the most important point of the plot of My Fair Lady gets lost in translation.

O item está CERTO, já que o autor afirma que, nas traduções, a personagem fala o outro idioma (espanhol, húngaro etc.) como se estivesse falando inglês, só que “unlike most plays or movies where one language is made to pass for another, the linguistic medium here is not just an incidental fact, but the very crux of the entire plot” (l. 24-27). No último período do texto, o autor até afirma que pode ser que o espectador aceite isso como algo verossímil como premissa de entretenimento (veja o sentido de suspension of disbelief), assim como aceita, em musicais, que os diálogos sejam interrompidos por números musicais (o que também não é algo que acontece na “vida real”), mas essa afirmação não muda o fato de que o autor acha essa “desanglicização” algo nutty (l. 16) e truly strange (l. 22).

3. From the author’s account, it can be inferred that the plot of My Fair Lady is an homage to British social class structure.

A inferência não pode ser feita. O autor resume a trama ao dizer que trata-se da transformação na maneira como Liza Dolittle fala inglês — do dialeto cokney para um “impeccably upper-class Oxbridge way of speaking” (l. 10-11), o que a faz passar por uma dama da sociedade em um baile. O item está ERRADO.

4. The stage performance of My Fair Lady is punctuated by musical numbers. 

O item está CERTO. O autor faz menção a My Fair Lady como “a story that is occasionally interrupted by the actors’ breaking into lyrical song” (l. 29-30).

Cheers!

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Questão 40. Considering the grammatical and semantic aspects of text IV, decide whether the following items are right (C) or wrong (E).

1. It may be inferred from the text that Hutchins posits that the complexity of financial markets calls for analysis based on groupthink, as psychological or cognitive science analysis of the individual is clearly insufficient.

Primeiramente, é importante mencionar que falta, no item, um artigo definido antes de “psychological”, o que pode dificultar a compreensão do item. O artigo é necessário — e inclusive é usado no texto — por causa da of-phrase “of the individual”*.

De qualquer forma, eu não diria que pode-se inferir da citação de Hutchins que é preciso fazer uma análise com base em pensamento de grupo; groupthink quer dizer “a type of thinking engaged in by a group of people deliberating an issue, typically characterized by the making of injudicious decisions through individuals’ unwillingness to challenge group consensus” (Oxford English Dictionary). O item está ERRADO.

2. Using based on instead of “on the basis of” (l. 31) would not alter the general meaning of the sentence.

O item está CERTO. A substituição de on the basis of por based on não causaria mudança no sentido da passagem.

3. The expression “on a par with” (l. 30) means competing.

O item está ERRADO. On a par with não tem esse sentido. Naquele contexto, a expressão poderia ser traduzida como “comparável a”.

4. According to the text, automated trading and other new technologies have made financial economics hegemonic among traders as a tool to interpret the gyrations of the financial market.

O item está ERRADO. O autor afirma que apenas às vezes as formas de pensar, os procedimentos e os algorítimos utilizados estão relacionados a “financial economics” (l. 24-25). O que acontece com maior frequência é o recurso a formas de pensar e de agir que não têm relação direta com a ciência econômica acadêmica (l. 26-31).

(*EASTWOOD, John. The Oxford Guide to English Grammar. Oxford: OUP, 1994.  p. 201)

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Questão 39. Considering the grammatical and semantic aspects of text III, decide whether the following items are right (C) or wrong (E).

1. The passage “Contrary to popular (…) for the compliant” (l. 10 and 11) can be correctly rewritten as In opposition to what most people believe, a yielding person is not suited to a career in diplomacy without this changing the meaning of the text.

O item está CERTO. Acredito que a maior dúvida aqui seria com compliant yielding, mas os sentidos estão estritamente relacionados.

2. The word “armoury” (l. 3) can be correctly replaced by arsenal since both words can be used in the context to indicate the skills a diplomat should have.

O item está CERTO. Tanto armoury quanto arsenal podem ter esse sentido de uma gama de recursos (habilidades, métodos, técnicas etc.) disponíveis para determinado propósito.

3. In “On it will rest the courage” (l. 8), the pronoun “it” refers to “the applicant’s personality” (l. 7). 

O item está ERRADO. O pronome, na verdade, refere-se à noun phrase “a hard core”, no sentido de “a central or fundamental element which cannot be removed or reduced” (Oxford English Dictionary).

4. The expression “come to grief” (l. 10) means to end in failure.

O item está CERTO. Esse é um sentido possível para come to grief naquele contexto.

Cheers!

Selene Candian

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(Alterações feitas na Q38.1 em 28/08 às 20h25.)

Questão 37. Decide whether the following statements are right (C) or wrong (E) according to text II.

1. The view on representation expressed by the author is broader and more flexible than the one which considers that “diplomacy is about people representing polities” (l. 14).

O item está CERTO. O argumento central do texto é que “non-human material can represent polities” (l. 24). Ou seja, não são só os humanos que representam estados (l. 29), mas também aquilo que não é humano: bandeiras, muros, presentes… e até animais, como é o caso do panda.

2. The author starts his text by mentioning people who stand apart from most because of their understanding of the political implications which may arise from the presence of panda bears in countries other than China.

Se presumirmos que a maior parte da pessoas não é “politically minded” (l. 1), o item está CERTO. De acordo com o autor, são essas pessoas interessadas em política que percebem essa implicação; todas as outras pessoas (o item supõe que trata-se da maioria ao dizer most) não têm essa percepção, o que faz com que o grupo de pessoas interessadas em política stand part, no sentido de stand separate (Oxford English Dictionary).

3. The passage “the previously cute panda may suddenly strike them as strange” (l. 2 and 3) indicates that people may become aware that panda bears kept outside China can be signs of international political forces.

Inicialmente, o item parece estar certo por causa do argumento desenvolvido ao longo do texto — de que um panda, assim como outros “non-human material”, pode ser entendido como algo que re-presenta um país (l. 35) –, mas o item fala sobre “people” em geral, enquanto que o texto fala especificamente em “politically minded visitors” (l. 1), o que seria um grupo bem mais restrito — tanto que o pronome them, em “the previously cute panda may suddenly strike them as strange” refere-se a “politically minded people”. Esse é um item que eu deixaria em branco, mas acredito que a banca considerará certo.

4. One can correctly infer from the text that the author is against the exploitation of animals for political or diplomatic ends.

O item está ERRADO, já que isso não pode ser inferido do texto. O autor não diz nada a respeito da exploração de animais para fins políticos ou diplomáticos; seu argumento é apenas uma extensão do que ele chama de premissa básica da teoria diplomática (l. 28): animais também podem re-presentar países (l. 35). Não há qualquer passagem do texto que permita inferir — por inferência lógica, semântica ou pragmática* — que o autor considere isso uma forma de exploração.

Questão 38. Considering the grammatical and semantic aspects of text II, decide whether the following statements are right (C) or wrong (E).

1. In “But this is merely an extension” (l. 27 and 28), the word “this” refers to the statement that “the panda bear in the zoo is China” (l. 27).

O item está CERTO. O pronome demostrativo this pode ser usado para fazer referência a algo que já foi mencionado**. No caso, a referência é “the panda bear in the zoo is China” ou à oração da qual essa é um clausal object*** (“to posit…”).

*O gabarito preliminar deu o item como errado.

2. Because the word “deployed” (l. 40) can be related to the meaning of putting troops or weapons in a position ready to be used, in the text it reinforces the idea that panda bears have acquired political and strategic significance. 

O item está CERTO. Deploy tem o sentido de usar algo para um propósito específico, mas também pode ter o sentido descrito no item. No texto, esse segundo sentido potencial, de fato, reforça o argumento do autor, ainda mais se considerarmos que o autor escreve “deplyed by the Chinese government to the soil of other states” — soil no sentido de “território” aqui.

3. The point made by the author in “Unfortunately, it was (…) of representation” (l. 8-11) would remain the same if the passage were rewritten as Sadly, only recently have political scientists started to actively engage in the study of diplomacy as a conceptual phenomenom, and this delay has led to the irrefutable axiom of representation.

Eu acho a paráfrase ruim porque, no texto, não é a demora que leva ao axioma, enquanto que, no item, “delay” é o sujeito. No texto, são os cientistas políticos que geram o axioma — “political scientists” é o implied subject da participle clause; o autor apenas lamenta que isso tenha acontecido só recentemente. Considero o item ERRADO.

4. As used in the text, the word “posit” (l. 26) is synonymous with ignore.

O item está ERRADO; posit tem o sentido de “propor; sugerir”.

Cheers!

Selene Candian

(*FIORIN, José Luiz. Argumentação. São Paulo: Contexto, 2017. p. 30-45)

(**EASTWOOD, John. The Oxford Guide to English Grammar. Oxford: OUP, 1994.  p. 218)

(***BURTON-ROBERTS, Noel. Analysing Sentences: an introduction to English syntax. Harlow: Pearson Education, 2011, p. 180).

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Conforme tenho feito nos últimos anos, publicarei uma série de posts com comentários sobre a prova de inglês do TPS 2018. É importante lembrar que essas são minhas primeiras impressões sobre a prova e que elas podem mudar caso alunos e/ou leitores me chamem a atenção para informações que podem ter passado despercebidas – por isso, fique à vontade para comentar e contribuir! 🙂 É possível que eu adicione comentários aos posts nos próximos dias, principalmente após a publicação do gabarito preliminar e do gabarito definitivo.

Inicio os comentários sobre a prova de inglês do TPS 2018 pelo Text I.

Questão 35. Decide whether the following statements are right (C) or wrong (E) according to text I.

1. The text lists three different kinds of change which affect diplomacy: those originated in international and domestic scenarios; those coming from the main centres of authority; and the ones which are related to social transformations.

Acredito que a banca considerará o item CERTO por causa da passagem “diplomacy is responding to changes in the international and domestic environments, in the main centres of authority, particularly states, and in the character of societies at home and abroad” (l. 7-10). Environment não quer dizer exatamente o mesmo que scenario, mas, naquele contexto, não vejo isso como motivo para tornar a questão errada.

2. Due to the close relationship that exists between diplomacy and communication , diplomats have managed to bring their communicative skills to perfection in order to work autonomously with new digital media.

O texto, fato, fala sobre a centralidade da comunicação na diplomacia (l. 15), mas não diz nada sobre os diplomatas terem habilidades comunicativas perfeitas. O item está ERRADO.

3. The authors are critical of the kind of explanation analysts have given for the phenomenon of diplomacy in the digital age, which, according to the authors, should be approached more thoroughly.

O item está CERTO, já que os autores qualificam as análises como shallow e hurried. Shallow é considerado um near antonym de thorough.

4. For the authors, the changes brought about by new communications technologies are affecting the essence of diplomacy as never before.

O item está ERRADO, pois os autores afirmam que, em outras épocas caracterizadas por mudanças tecnológicas rápidas, a diplomacia também foi transformada por processos multifacetados. Os autores não afirmam que as mudanças que caracterizam nossa época afetam mais a essência da diplomacia do aquelas de outros momentos.

Questão 36. Decide whether the following statements are right (C) or wrong (E) according to text I.

1. In the end of the second paragraph, the authors express the opinion that the so-called ‘new statecraft’ (l. 22), also known as ‘digital diplomacy’ (l. 23), is ‘too simplistic’ (l. 24).

Considero o item ERRADO. No item, “too simplistic” é um subject complement, o que quer dizer que “too simplistic” faz referência a “the so-called ‘new statecraft’”. Mão não é o ‘new statecraft’ que é demasiadamente simplista: o que é demasiadamente simplista é anunciar que esse ajuste, por parte da diplomacia, de hábitos analógicos a novos hábitos digitais significa a emergência de um ‘new statecraft’. É esse tipo de análise que é “too simplistic” — não o ‘new statecraft’.

2. The passage “the lure of quick fixes addressing multifaceted processes of change” (l. 29 and 30) could be replaced by “the temptation of finding easy solutions for manifold processes of change” and this would still keep the paragraph coherent.

O item está CERTO. As passagens têm o mesmo sentido, o que não causa mudanças na coerência do parágrafo em questão.

3. In the first paragraph, the words “ongoing” (l. 2) and “advocates” (l. 5) can be correctly and respectively replaced by far-reaching and lawyers without this changing the meaning of the passage.

O item está ERRADO. Ongoing não quer dizer o mesmo que far-reaching, e advocate não é o mesmo que lawyer.

Advocate é um famoso falso cognato, que pode ser traduzido como “entusiasta; defensor” no contexto em questão. De acordo com Isa Mara Lando*, advocate só é traduzido como “advogado” em usos especiais como Devil’s advocate (“advogado do diabo”)

4. The passage “what has always happened to it:” (l. 7) can be correctly replaced by what has always happened to it, which means that or by what has always happened to it, which is to say.

O item avalia o uso dos dois-pontos (ou colon na lingua inglesa). No trecho, o sinal de pontuação é usado para assinalar que aquilo que segue é um esclarecimento / uma explicação daquilo que veio antes. Tanto “which means that” quanto “which is to say” introduzem esclarecimentos sobre o que foi dito antes, o que faz com que o item esteja CERTO.

Cheers!

Selene Candian

(*LANDO, Isa Mara. Vocabulando: vocabulário prático inglês-português: from ability to zest. São Paulo: Disal, 2006.)

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Conforme tenho feito nos últimos anos, publicarei uma série de posts com comentários sobre a prova de inglês do TPS 2017. É importante lembrar que essas são minhas primeiras impressões sobre a prova e que elas podem mudar caso alunos e/ou leitores me chamem a atenção para informações que podem ter passado despercebidas – por isso, fique à vontade para comentar e contribuir! 🙂 É possível que eu adicione comentários aos posts nos próximos dias, principalmente após a publicação do gabarito preliminar e do gabarito definitivo.

Inicio os comentários sobre a prova de inglês do TPS 2017 pelo Text I.

Questão 35. Decide whether the following statements are right (C) or wrong (E) according to text I.

1. The woman mentioned in the first paragraph didn’t expect the author to reveal his true opinions.

CERTO. Sabemos que o autor expressou “his true opinions” porque o texto fala que “I had actually given straight answers” (l.6) e sabemos que a mulher não esperava isso pelo uso da palavra “astonishment” (l.5).

[O gabarito preliminar deu o item como CERTO.]

2.  It can be correctly inferred from the text that there tends to be presently more female diplomats, as well as diplomats with more diverse social backgrounds, than in 1966.

CERTO. O autor do texto afirma que “Today, the recruitment pool is vastly bigger in every way”. A inferência, portanto, pode ser feita.

[O gabarito preliminar deu o item como CERTO.]

3. It can be correctly concluded from the text that the recruitment methods adopted in the past have fuelled suspicion against diplomats and created a fallacious idea about their work.

O texto não fala exatamente sobre “recruitment methods“, ou seja, não fala sobre como os diplomatas eram recrutados. Ele fala sobre recruitment pools: durante séculos, os diplomatas eram membros da aristocracia e das classes mais altas (l.12-13); em 1966, o recrutamento já era feito de forma mais meritocrática, mas ainda favorecia homens que estudavam em algumas universidades de prestígio (l.14-16). Hoje, há maior variedade no recruitment pool, mas os mitos associados ao antigo pool, mais restrito e elitizado, persistem (l.16-29). Se o recruitment pool puder ser considerado um recruitment method, a resposta está certa; se não, está errada.

Outra observação é que, no segundo parágrafo do texto, o qual trata especificamente do recrutamento, o autor não fala sobre a imagem que se faz do trabalho do diplomata em si, como afirma o item (“their work“), mas mais sobre seu estilo de vida (“a diplomat clad in pinstripes, quaffing champagne, and leading the good life in a magnificent embassy”). Mas se isso for visto como parte de seu trabalho, o item está certo.

Acredito que o CESPE favorecerá uma compreensão mais ampla e dará o item como CERTO.

[O gabarito preliminar deu o item como CERTO.]

4. For the author, the bad reputation diplomacy holds has to do with the frequent international negotiations in which diplomats deal with foreign officials.

ERRADO. O texto fala que, hodiernamente, a diplomacia é vista como bajulação dos governos de outros países (l. 10), mas isso não quer dizer que sua má reputação está relacionada a frequentes negociações internacionais nas quais os diplomatas lidam com representantes de outros países. O problema não é a negociação internacional, mas sim a percepção de que a diplomacia está relacionada a “appeasement” e a “kowtowing“.

[O gabarito preliminar deu o item como ERRADO.]

Questão 36. Considering the grammatical and semantic aspects of text I, decide whether the following items are right (C) or wrong (E).

1. The recruitment policy of the British diplomatic service was designed and planned by elite academics and university intellectuals.

ERRADO. O texto não diz nada sobre quem era responsável pelo planejamento da política de recrutamento britânica. Note que “by elite academics and university intellectuals” introduz o agente da estrutura passiva “was designed and planned”.

[O gabarito preliminar deu o item como ERRADO.]

2. The words “clad” (l.18) and “quaffing” (l. 19) could be correctly replaced by dressed and sipping without this altering the meaning of the sentence, although this substitution would make the text less humorous. 

Clad é, de fato, sinônimo de dressed, mas quaff não quer dizer o mesmo que sip. É claro que ambos os verbos estão no mesmo campo semântico do verbo drink, mas note que sip quer dizer “to drink in very small draughts“, enquanto quaff quer dizer “to drink copiously or in a large draught” (Oxford English Dictionary). Existe aqui uma pequena diferença de sentido. Se pensarmos que, de qualquer forma, não existe sinonímia absoluta, a questão estará certa; por outro lado, se pensarmos que, naquele contexto, a imagem que se faz do diplomata é um pouco diferente (no texto, o diplomata dá goladas; no item, ele beberica), ela estará errada.

A substituição parece de fato deixar o texto menos humoroso (clad quaff são palavras usadas em textos mais literários; naquele texto, não literário, dão um tom mais pomposo à passagem — e, dado o contexto, mais irônico com relação ao que o autor se refere como “os antigos mitos”). O problema é se a mudança é apenas no tom, ou também no sentido da passagem. Acredito que o CESPE optará pelo primeiro entendimento.

[O gabarito preliminar deu o item como ERRADO.]

3. There would be no change in the meaning of the passage from “Often” (l.2) to “duplicity” (l. 4) if it were replaced by Even though it is often confused with espionage, which is its illegitimate cousin, diplomacy has been linked with misbehaviour and duplicity for centuries

ERRADO. Clandestine não quer dizer o mesmo que illegitimate, e deviousness não quer dizer o mesmo que misbehaviour.

[O gabarito preliminar deu o item como ERRADO.]

4. The excerpt “that you get from diplomats” (l. 7 and 8) could be correctly replaced by which one gets from diplomats without this changing the meaning of the text.

CERTO. O pronome relativo that pode ser substituído por which, e you, no texto, refere-se a pessoas em geral, assim como one.

[O gabarito preliminar deu o item como CERTO.]

Cheers!

Há dois dias, foi publicado o edital do CACD 2017, e há diversas mudanças no que diz respeito às provas de inglês se comparado com editais de outros anos. Faço aqui uma breve análise dessas mudanças e de suas implicações para aqueles que se preparam para mais uma bateria de provas!

A. Prova objetiva

A prova continua tendo 73 questões no total, e o formato continua sendo questões de certo ou errado. Contudo, o número de questões de língua inglesa foi reduzido de 13 para 9. Atente para essa mudança quando estiver fazendo simulados de primeira fase de língua inglesa: se o candidato tem, em média, um pouco menos de cinco minutos para resolver cada questão (são 73 questões em 6 horas de prova), tente concluir cada simulado de língua inglesa em até 45 minutos. É claro que o tempo de resolução da prova depende muito da extensão dos textos que serão selecionados e do nível de complexidade desses textos e das questões, mas esse limite de tempo sugerido é uma baliza importante a ser levada em conta para que você não seja prejudicado nas provas das outras disciplinas por falta de tempo para completá-las.

B. Prova escrita

B.1. Tarefas

A prova escrita de língua inglesa continua sendo composta por uma redação (50 pontos), um resumo (15 pontos), uma tradução para o português (20 pontos) e uma versão para o inglês (15 pontos). A boa notícia é que agora os candidatos têm cinco horas (e não mais quatro) para resolvê-la!

Faça uso desse tempo “extra” com sabedoria: se você já conseguia completar os simulados escritos em quatro horas, use esse tempo a mais para fazer mais de um proofreading de cada uma das tarefas. Na redação, por exemplo, se você tem dificuldade com o uso do artigo definido, faça um proofreading só avaliando a necessidade de uso desse artigo em cada noun phrase que você desenvolver; na tradução para o português, faça o proofreading uma primeira vez comparando seu texto ao texto-fonte (para avaliar a fidelidade) e outra vez com enfoque apenas no texto que você produziu (para avaliar a gramaticalidade e a naturalidade no idioma-alvo). Proofreading não é algo para ser feito se der tempo: é parte essencial da realização de cada uma das tarefas.

B.2. Segunda Fase

A prova escrita de língua inglesa agora é realizada na segunda fase do concurso, assim como a prova de língua portuguesa, passando a ser uma prova não só classificatória, mas também eliminatória. Para ser aprovado na segunda fase do concurso, o candidato deve obter o mínimo de 60 pontos na prova de língua portuguesa e, agora, o mínimo de 50 pontos na prova de língua inglesa também.

Não há dúvidas de que essa mudança vai deixar de fora da terceira fase muitos dos candidatos que, ainda que tenham bons conhecimentos de língua inglesa, não se prepararam para a prova escrita do idioma, deixando assim de praticar as habilidades específicas cobradas em cada uma das tarefas e, em última instância, de conhecer um pouco mais sobre a “jurisprudência cespeana” (no caso, como a banca de língua inglesa costuma avaliar certas estruturas gramaticais e escolhas lexicais, por exemplo).

Entretanto, se você já vem estudando para a prova escrita de inglês do concurso com disciplina e organização, não se esqueça de que, além de eliminatória, a prova é classificatória: a estratégia de preparar-se apenas para as tarefas de redação e resumo pode ser suficiente para evitar a eliminação, mas deixar as tarefas de tradução e versão a cargo da sorte me parece muito arriscado em um concurso com apenas 22 vagas para a ampla concorrência. (Leia mais sobre isso aqui e aqui.) Você não quer apenas evitar a eliminação: você quer passar no concurso! Assim, não pense apenas no caráter eliminatório da prova.

B.3. Critérios de Correção

Em um primeiro momento, fiquei muito contente quando vi aquele quadro com os critérios de correção detalhados no edital. Mas, analisando o quadro com mais atenção, acredito que é preciso ao menos ter em mente que algumas das formulações não são exatamente claras – e pensar em formas objetivas de lidar com essa falta de clareza.

Redação

Até o ano passado, os 50 pontos da Redação eram distribuídos em 20 de organização, 20 de precisão e 10 de qualidade de linguagem. Agora, temos 25 pontos atribuídos a organização e os outros 25 atribuídos a precisão e linguagem. Imagino que a pontuação de organização continue sendo uma nota global e que a de precisão e linguagem continue sendo descontada ponto a ponto conforme os erros do candidato, mas isso não está declarado no edital.

Acho relevante destacar que a legibilidade agora é declaradamente um critério de avaliação. Cuidado com a aparência final do seu texto devido ao número e à extensão das rasuras. Se julgar pertinente, dedique parte dessa uma hora “extra” de prova para produzir um rascunho mais “limpo” da redação.

Além disso, os critérios “capacidade de argumentação” e “capacidade de análise e reflexão” deixam claro, mais do que nunca, que o gênero textual esperado é argumentativo, não descritivo. Certifique-se de que você tem uma tese clara a respeito do tema proposto e de que ela está claramente declarada na introdução de seu texto, o qual deve ser desenvolvido com o objetivo não de descrever o tema, mas de corroborar sua tese sobre o tema. A esse respeito, faço minhas as palavras de Thomas S. Kane, no The Oxford Essential Guide to Writing:

“Don’t be afraid to express your own opinions and feelings. You are a vital part of the subject. No matter what the topic, you are really writing about how you understand it, how you feel about it. Good writing has personality. Readers enjoy sensing a mind at work, hearing a clear voice, responding to an unusual sensibility. […]. Interest lies not so much in a topic as in what a writer has made of it.”

Tradução e Versão

Minha primeira preocupação é o critério “fidelidade ao estilo do texto original”. Imagino que “estilo”, aqui, tenha o sentido de “escolha de palavras”; ou seja, continua sendo importante que o candidato atente não apenas à mensagem do texto, mas também às palavras escolhidas para passar essa mensagem — mas não confunda fidelidade com literalidade. Minha segunda preocupação é como serão distribuídos esses cinco pontos: até o ano passado, problemas com traduções “infiéis” eram apenados com -1 ponto a cada erro, mas será que agora esses cinco pontos serão uma nota global? Essa é a mesma preocupação que tenho com o critério “correção gramatical”: o candidato já perdia pontos quando, no texto de chegada, cometia erros na língua de chegada, mas agora continua a valer essa prática de -1 ponto para cada erro? Ou estamos falando de notas globais?

Resumo

Até pelo menos o CACD 2015, o resumo, que também valia 15 pontos, era avaliado nos critérios use of English (3 pontos, uma nota global que avaliava gramática e léxico) e summary (12 pontos, outra nota global que avaliava capacidade de concisão, organização do texto etc.) — leia mais aqui. Já no CACD 2017, o peso passa a estar na precisão gramatical e lexical: são 10 pontos atribuídos a “correção gramatical e propriedade da linguagem” e 5 pontos para “capacidade de síntese e concisão”. Assim como nas traduções, a dúvida é se a nota de correção gramatical e propriedade de linguagem será global, como antes, ou se será descontada ponto a ponto conforme o candidato for cometendo erros.

**********

Qualquer que seja sua estratégia de estudos para as próximas semanas, no que diz respeito à língua inglesa, é fundamental que você não se prepare apenas para a primeira fase, já que não há tempo hábil de desenvolver as habilidades testadas na prova escrita de inglês nas poucas semanas que separam a primeira fase da segunda fase. Além disso, ao preparar-se para a segunda fase, certifique-se de que seu cursinho ou professor particular faça as correções de seus simulados com base nos novos critérios. É verdade que só saberemos as respostas para os questionamentos que aqui expus após vermos as correções das provas de segunda fase, mas é crucial que você e seu professor considerem as possíveis interpretações desses novos critérios e busquem desenvolver estratégias que possibilitem que você tenha um bom desempenho qualquer que seja a interpretação correta.

Cheers!

Dear readers,

Primeiramente, happy new year! Que este seja um ano de muitas conquistas para todos!

Retomamos as atividades aqui no blog com um relato escrito por Riane Tarnovski, aprovada no CACD 2015. Espero que suas dicas de estudo sejam úteis e que os motivem para um ano de estudos, foco e determinação!

Cheers!

                “Olá! Foi-me solicitado um relato de minha preparação para passar no CACD, e aqui segue uma breve explanação de meus estudos. Iniciei a jornada no segundo semestre de 2011, um pouco antes de me formar na graduação, o que totaliza 4 anos e meio de estudos. É imprescindível esclarecer que toda a minha preparação foi em Florianópolis/SC, longe dos “grandes centros” de cursinhos (Bsb, RJ e SP), o que traz uma dificuldade adicional em termos de bons cursos e professores direcionados para o concurso. Os primeiros dois anos foram apenas de estudos: curso regular e avançado no Clio, estudo de línguas com professores particulares de espanhol, francês (depois de cursos intensivos na Aliança Francesa) e inglês. Fiz curso de redação de português e inglês no Clio, o que pode ser bom para quem é iniciante, mas deixa muito a desejar para quem quer passar efetivamente. No início (2011-2012), queria abraçar o mundo e fazer absolutamente tudo que o cursinho dizia: estudava de 10-12h por dia e lia absolutamente TUDO que era passado. Erro. Pragmatismo é a alma do negócio. Até vale a pena ler algumas obras completas, mas apenas algumas. Para mim, o mais importante era compilar e sistematizar o que era lido para uma futura revisão; caso contrário, o conteúdo irá esvair-se na miríade de assuntos que temos de estudar para a prova.

Comecei a trabalhar em junho/2013 no Tribunal de Justiça de SC, um concurso que passei graças aos estudos do CACD mesmo. De lá pra cá, o estudo tornou-se muito pragmático e focado. Já estava na fase de aprofundamento e de “aparar arestas”. E que arestas são essas? São os autodiagnósticos que fazemos após o concurso de cada ano: o desempenho deixou a desejar em qual(ais) disciplina(s)? Então essas merecem maior atenção no ano seguinte, tendo em mente que línguas e PI são de estudo constante.

Montei cadernos digitais (no Word mesmo) de cada uma das disciplinas e fui atualizando ao longo desses 4 anos e meio. Notícias e dados importantes de PI saíam dos jornais e iam direto para o caderno. Lembre-se de que você precisa lembrar daquilo que leu na hora da prova, por isso a revisão é sempre tão importante. Com os anos, foram surgindo cursinhos online MUITO bons, como Sapientia, IDEG, Espaço Zeitgeist e Ciclo EAD. Como em qualquer cursinho, alguns professores se destacam mais que outros. Mas pelo menos era possível escolher a matéria (e o prof.) de cada um. Os cursos de exercícios sempre me foram muito caros, pois me forçavam a fazer revisões periódicas. E, como repetirei mais à frente, REVISÃO É ESSENCIAL.

Em todos os anos de preparação, fui melhorando minha pontuação. Sei que não são todos os candidatos que são assim, mas funcionou comigo, o que me motivava muito. Em 2014, concorria com apenas 17 vagas e, no resultado final, fiquei na 33ª colocação. Analisei minha pontuação com as dos aprovados e percebi que a deficiência estava na prova de Inglês da 3ª fase, assim como eu poderia melhorar em PI-GEO. No interregno entre o CACD 2014 e o CACD 2015, foquei as energias em línguas e PI (sinceramente, pode cair qualquer coisa em GEO!). Esse foi o momento em que meu estudo de 3ª fase para inglês foi revolucionado. Em Florianópolis, simplesmente NÃO EXISTE professor de inglês para a 3ª fase do concurso, então tive de buscar auxílio online. Foi quando me indicaram a profa. Selene Candian. Ela tem uma correção meticulosa e detalhista, e mais: além da correção, ela apresenta sugestões de melhoria e de substituição. Recomendo-a, juntamente com a correção via Skype, que reforça a correção e cria uma espécie de revisão de cada simulado.

Uma última dica valiosa na minha preparação que me ajudou a sempre melhorar as notas ao longo dos anos é TREINO. Com disciplina e treino, é questão de tempo até passar. Treinar e simular TODAS AS FASES é imprescindível! Somente com treino é que se consegue a serenidade e a confiança de que se terminará a prova no tempo aprazado. Claro que o CACD mede conhecimento e inteligência, mas sem treino para a prova não se passa. A parte da manhã da 1ª fase parece uma maratona, assim como a prova de inglês de 3ª fase (que não dá tempo de fazer quase nenhum rascunho) e as de francês e espanhol! Por isso é tão importante simular a situação real de prova: coloque-se em um ambiente silencioso, com uma garrafa de água, canetas pretas com tubos transparentes, lanche saudável e CRONOMETRE. De nada adianta se você não cronometrar.

O meu estudo para a 2ª fase iniciou-se junto com o da 1ª fase. Como tudo na vida, é questão de treino e costume: acostumar-se a escrever de forma bem objetiva e sem metáforas. De repente, existe muita linguagem metafórica da qual não tínhamos nos dado conta! Nada que treino e um bom professor de Língua Portuguesa não resolvam. No meu caso, encontrei a melhor professora pra mim (tanto para a 1ª quanto para a 2ª fase): Claudia Simionato. Eu busquei, busquei, busquei… tive aula com muitos professores (online e presencial), e simplesmente não encontrei ninguém à altura dela. Sei que a sintonia aluno-professor também conta muito, talvez por isso aprecio tanto a aula dela, mas a Simionato tem um diferencial universal: ela realmente conhece a prova e a correção da banca a fundo. Isso transmite confiança para que o candidato escreva sem medo de que será penalizado.

Muitas pessoas já iniciam o estudo de 3ª fase antes mesmo de passar na 1ª. Com exceção de línguas (inglês, francês e espanhol), não acho que isso seja imprescindível. Eu só estudei especificamente para a 3ª fase depois de passar na 1ª (com exceção de línguas), até porque a quase totalidade do assunto já havia sido explorada para a 1ª fase. Estou insistindo muito na prova de línguas porque, desde 2011, com número de vagas reduzido, elas têm-se tornado fundamentais para a aprovação. Além disso, uma disciplina em que, normalmente, os candidatos não tiram nota alta na 3ª fase é História do Brasil. E, assim como fiz jus aos trabalhos da Simionato e da Selene Candian, preciso exaltar o trabalho incrivelmente fenomenal do João Daniel. Você, candidato de longe dos “grandes centros”, não deixe de aproximar-se desse professor incrível, nem que seja online. Este foi meu caso, por exemplo. Ainda não o conheço pessoalmente, mas admiro-o como grande mestre que foi e é. Ele acreditou em mim e no meu potencial. Ele leu minhas respostas meticulosamente e chamou-me a atenção – inúmeras vezes – para meus erros mais frequentes. Sem contar que assistir a uma aula dele é tão prazeroso quanto ir ao cinema!

Caros, espero ter ajudado de alguma forma. Boa sorte para quem inicia e para quem está nesse caminho. Ele pode ser longo, mas certamente será cheio de boas surpresas e de pessoas maravilhosas.”

Guia do Filhote de GNU é um manual de estudo para a terceira fase do CACD elaborado pela turma de 2013 do Instituto Rio Branco. Ele traz as melhores e as piores respostas do CACD 2013 e busca “oferecer uma visão mais ampla sobre o que é esperado do candidato ao CACD”. Sem dúvida, uma excelente iniciativa! 

Para fazer o download, clique aqui.

http://www.cespe.unb.br/concursos/DIPLOMACIA2012/