Dear ceacedistas,

Tenho a alegria de compartilhar com vocês a entrevista que fiz com Douglas Rocha Almeida, candidato aprovado no CACD 2025. Douglas é a simpatia em pessoa e foi muito generoso em suas respostas! Espero que vocês aproveitem suas dicas!

Douglas, conte-nos um pouco sobre você!

Olá, futura(o) colega! Sou Douglas, aprovado no CACD 2025. Também sou o mais velho de quatro irmãos, tendo crescido em uma casa sustentada unicamente pela minha mãe, que é diarista. Trabalhei durante quase toda a minha preparação. A exceção foi oito meses, que foi quando tive bolsa-prêmio de vocação para a diplomacia. No restante do tempo (conto quatro anos e meio de preparação), fui, principalmente, analista em consultorias políticas e garçom, profissão que excerci dos meus 15 anos até após ter diploma de mestrado. Falando em mestrado, o meu eu fiz na Escola Superior de Guerra, em Segurança Internacional e Defesa. Sou, ademais, formado em Relações Internacionais pela Universidade Católica de Brasília, onde fui bolsista do ProUni. Cursei, ainda, Letras Espanhol na Universidade de Brasília. Ufa! Uma baita formação acadêmica para um negro da quebrada. Quando o concurso foi homologado, tinha 31 anos, recém-compledados. As comemorações de aniversário se somaram com as da aprovação e foi uma coisa linda, como serão as suas celebrações muito em breve.

Você já tinha conhecimentos avançados da língua inglesa quando começou a estudar para o concurso?

Na minha cabeça, eu tinha. Havia cursado Inglês no Centro Interescolar de Línguas (CIL), uma excelente escola pública de idiomas do Distrito Federal. Também escrevi e apresentei meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Inglês e obtive nota máxima. A realidade, porém, foi dura comigo. Reprovei na prova de Inglês duas vezes consecutivas, em 2021 e em 2022. Aliás, quando fiz a prova de 2022, minha única experiência escrevendo a “composition” havia sido na prova de 2021. A grana era curta. À época, não consegui, portanto, simular com professores. Além disso, o uso de Inteligência Artificial (IA) era pouco difundido nos longínquos 2021-2022, o que dificultava o estudo autônomo efetivo. Acredito que, apesar de ter um domínio interessante da Língua Inglesa, a pouca prática de simulados e a falta do conhecimento sobre a prova me fez amargar reprovações no início da minha preparação.

Quais dos nossos cursos você fez ao longo da sua preparação? 

No CACD Inglês, fiz o “Advanced Steps” e o “Connectives”, além de cursos de correção de discursivas.

Estudar inglês para CACD é diferente dos estudos que você fez antes da preparação para o concurso? Em que sentido?

Sim, muito. Para a prova objetiva, por exemplo, é recomendado que, durante seus estudos, a(o) candidada(o) desenvolva um banco de palavras, mesmo para vocábulários de baixa frequência. Deve-se, além disso, dominar intepretação de texto, com ênfase na busca dos referentes das palavras. Para a prova discursiva, conhecer gramática não é suficiente. É preciso dominar a estrutura do “argumentative essay”, além de atentar-se para o comando da questão etc. Essas, claro, são meras ilustrações de como o estudo da Língua Inglesa para o CACD se diferencia de estudos tradicionais para o idioma, que são, muitas vezes, focados em “listening” e em “speaking”, habilidades que não são avaliadas no concurso hoje.

Como você se preparou para a prova de primeira fase de inglês? 

Fácil. Praticando questões objetivas de provas anteriores. Uma curiosade: fiz mais de 85% pontos líquidos em Inglês na minha primeira prova de primeira fase. Reprovei, entretanto, na segunda fase. Meu palpite, desde então, é que há baixa correlação entre estar preparado para a primeira e estar preparado para a segunda fase.

E seus estudos de vocabulário? Você estudava vocabulário de alta frequência e de baixa frequência? Como estudava colocações e coligações? Você fez um banco de palavras?

Como a minha maior fraqueza na prova de Inglês era a fase discursiva, foquei meus estudos no vocabulário de alta frequência. Apesar de importante, o vocabulário de baixa frequência é relevante somente para a primeira fase e, para alguns, é loteria, já que é difícil cair as palavras pouco usadas que você estudou e até mesmo as que já caíram em provas anteriores. Estudava por meio de flashcards no Anki vocabulário de alta frequência, colocações e coligações. Meu banco de palavras ficava no Anki.

Qual foi a importância do feedback individualizado na sua preparação para a prova discursiva? Como você estudava esse material?

Por**! Foi importante demais. O feedback individualizado vem de professores que corrigem sua prova com base tanto nos seus erros como no que a banca efetivamente avalia. É sempre um material muito rico de estudo e de revisão. Eu sempre revisitava esse material, sobretudo com o intuito de reparar meus erros frequentes, como ortografia, o uso do “the” e coligações.

Quantas horas de estudos você dedicava, em média, à língua inglesa semanalmente?

Neste último ciclo, por volta de 1-2h semanais, aquém do que eu gostaria. Porém, já cheguei a estudar mais de 10h por semana.

Seus estudos de inglês mudavam com a publicação do edital? Você focava só na primeira fase, ou continuava com a preparação para a prova discursiva?

Meu estudo para as provas de idiomas, inclusive a de Inglês, não mudava com o edital na praça. Eu continuava de olho na prova discursiva. Recomendo, porém, muita atenção. Como cotista negro, nunca me preocupei em ir bem na prova de primeira fase, pois sempre atingi a nota de corte com facilidade. Se eu concorresse pela ampla, teria, talvez, mudado de estratégia.

Você tinha alguma estratégia no que diz respeito a deixar itens em branco na prova de inglês de primeira fase?

Saiba que é arriscado marcar itens sobre palavras de baixa frequência que você desconhece. Eu, no entanto, sempre marcava tudo. Aconselho testar diferentes estratégias.

Sobre a prova discursiva, o que achou do formato composition + summary? Você vê mais vantagens ou desvantagens na exclusão da tradução e da “versão”?

Olha, é uma pergunta complexa. Penso que esse novo formato é mais democrático, o que é excelente. Porém, eu havia investido muito do meu tempo e dos meus recursos me preparando para a prova de Inglês com quatro excercícios. Em suma, é bom, mas confesso que me prejudicou.

Em que ordem você acha aconselhável fazer os exercícios discursivos de inglês? E quanto tempo você reservou para cada exercício da prova de inglês de segunda fase?

Sugiro começar pela redação. Idealmente, reservo 2h30 para a redação e 1h para o resumo. Os 30 minutos restantes são para imprevistos, que sempre aconteciam comigo.

Como era seu processo para cada exercício da prova de inglês de segunda fase? Você conseguia fazer rascunho em todos? 

Quase nunca conseguia fazer rascunhos completos e, quando os fazia, sentia que eles não ajudavam tanto. Se fosse voltar a fazer a “composition”, faria um “outline” caprichado e, no máximo, o rascunho da introdução. No resumo, faria rascunho somente das contruções mais complexas.

Você já teve marcações de falta de legibilidade, rasuras fora do padrão, margem desalinhada etc. em sua prova de inglês? Qual era sua estratégia de prova nesse sentido?

Somente nas correções de professores, pois fazia os simulados sem rascunho e com pressa, por falta de tempo. Essas marcações nunca ocorreram na prova. Minha estratégia era pensar antes de escrever. Funcionava.

Qual foi sua estratégia quanto à extensão do texto na Composition e no Summary? 

A “composition” com 65-70 linhas é um desafio. Minha estratégia variava a depender do tema e do comando. Se eu percebia que devia aprofundar nos exemplos, investia em um texto com três parágrafos robustos de desenvolvimento, além da introdução e da conclusão, naturalmente. Já se eu percebia que a intenção da banca examinadora era a de que o texto comportasse uma diversidade de assuntos, mas sem um adensamento analítico, eu tentava escrever quatro ou até cinco paráfagros curtos de desenolvimento. No “summary”, por sua vez, eu tentava escrever entre 20 e 25 linhas, sempre observando as ideias centrais e deixando de lado os exemplos.

Se você pudesse destacar uma coisa que virou a chave na sua preparação para a prova de Língua Inglesa, o que seria?

Outra pergunta fácil. O treino constante das discursivas.

Por fim, você tem alguma dica de ouro para os candidatos e as candidatas que seguem na preparação?

Autoconhecimento é essencial. Descobrir o que funciona para você é mais importante do que aplicar dicas de outros candidatos. Dito isso, minha dica de ouro é contato diário com a Língua Inglesa.

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