Hello, ceacedista!
Este ano, convidei alguns candidatos aprovados (alunos e não-alunos) para responder a perguntas sobre sua preparação para as provas de inglês do CACD e sua visão sobre a prova. Bruno Abaurre foi o primeiro candidato a gentilmente responder às perguntas que lhe enviei, e aqui compartilho suas respostas!
Como foram seus estudos de língua inglesa antes de iniciar seus estudos para o CACD?
Fiz curso de idiomas como atividade extracurricular desde muito jovem. Durante o Ensino Médio, fiz um programa “duplo”, em que tinha aulas em inglês do currículo americano. Mais tarde, fiz um mestrado em direito (LLM), de 1 ano de duração. Então, considerava ter nível avançado de inglês.
Como você se preparou para a prova objetiva de língua inglesa?
Simulados e um curso intensivo (8 aulas) no mês anterior ao TPS.
O que achou da prova objetiva de inglês este ano?
No geral, considerei que o TPS tinha um nível semelhante ao de anos anteriores, à exceção do texto de Shakespeare, cuja linguagem me pareceu uma novidade em comparação com o que vinha sendo cobrado até então. O pior problema me pareceu a resposta aos recursos; considero essa etapa (recursos) muito problemática em todas as fases do CACD, e no TPS de inglês não foi diferente. É uma fase menos transparente e as respostas aos recursos não ajudam (eg, justificam por que mudam / anulam, mas não justificam por que mantêm certas questões inalteradas que foram questionadas) e há problemas de inconsistência (eg, questões mantidas que deveriam ter sido anuladas/alteradas e não são). O edital não detalha o que é importante / requisito nos recursos, que viraram realmente uma nova fase.
Na preparação para a prova discursiva, você acha importante fazer exercícios com correção individualizada?
Sim, extremamente importante. Foi o que mais busquei e o que mais tive dificuldade de encontrar.
Qual foi sua estratégia para os estudos de vocabulário? E de collocations, em particular?
Não tive uma estratégia específica para estudo de vocabulário, porque considerava que, com base nos simulados e nas provas anteriores, essa não era uma área de fraqueza relevante. Me concentrei mais no estudo de coligações, que me preocupavam mais. Fiz o curso de Colligations and Collocations e foquei bastante nesse aspecto nas correções individuais.
Como você desenvolveu sua competência tradutória para nossa prova?
Fiz exercícios com correção individualizada e explorei muito os exercício dos Manual da Funag da Sarah Walker. Mas me concentrei na versão, que considero mais difícil. No entanto, a minha pior nota da prova de inglês foi a tradução, o que considero um resultado de certa negligência com esse exercício (deveria ter feito mais exercícios) e também da correção / recursos, que me pareceu muito problemática (ie, marcação de erros gramaticais que não são erros e recusa a conceder a nota mesmo que certo uso de vírgulas fosse idêntico ao do modelo).
Em que ordem você realizou as tarefas de segunda fase este ano? Quanto tempo levou em cada tarefa? Conseguiu fazer rascunho de alguma tarefa?
Refleti muito sobre a ordem dos exercícios, e cheguei em uma conclusão que foi muito boa para mim: 1) tradução (porque é exercício de português, então diferente dos outros, e te expõe ao inglês “passivamente”, ajudando o cérebro a entrar no “ritmo”); 2) resumo (porque te expõe ao inglês “passivamente”, ajudando o cérebro a entrar no “ritmo”); 3) composition (porque é a tarefa mais importante e não queria que fosse a última); e 4) versão (porque é a mais desafiadora linguisticamente, então achava bom ter tido umas horas de trabalho em inglês antes, e porque tem as menores notas historicamente). Não sei exatamente o tempo que demorei em cada exercício, mas em inglês esse aspecto não foi um grande problema: terminei com uns 30 minutos de antecedência. O resumo é o exercício que mais me tomou tempo.
O que achou dos novos critérios de correção da prova discursiva?
Imagino que a questão se refira ao fato de o “conteúdo” (CSC, FID etc.) impactar a nota de CGPL. Se esse é o caso, apesar de a correção em tese ficar mais rígida, me parece um bom caminho. Até então, acredito que o “conteúdo” tinha um peso muito pequeno diante da CGPL, e acho que esse modelo contempla melhor a importância desse aspecto. Além disso, este ano a correção parece ter sido muito mais leniente que a do ano de 2020-21, o que é bom; considero problemática a rigidez adotada no ano anterior.
Como você avalia a atuação da banca na correção da sua prova discursiva?
No geral, avalio bem, especialmente quando comparada à atuação no ano passado (2020-21). Uma exceção foi o exercício de tradução, cuja correção considero ruim (ie, marcação de erros gramaticais que não são erros e recusa a conceder a nota mesmo que certo uso de vírgulas fosse idêntico ao do modelo).
Você chegou a interpor recursos contra as correções de inglês? Se sim, quantos pontos conseguiu após os recursos? Acha que as respostas aos recursos foram satisfatórias?
Sim, fiz diversos recursos. Ganhei 1,69 ponto (nota final: 87,81). Considero que as respostas foram satisfatórias, à exceção do exercício de tradução.
Por quanto tempo você se preparou para o CACD? Durante esse período, fez dedicação exclusiva aos estudos para o CACD?
Me preparei por 1 ano e 2 meses, com dedicação exclusiva e de maneira muito intensa.
Quais foram os maiores desafios que você, pessoalmente, enfrentou ao longo da preparação?
A intensidade da preparação, que resultou em certo sacrifício no campo da vida pessoal. Ainda, a incerteza quanto à prova (nunca tinha feito as discursivas), quanto tempo demoraria para passar (se é que passaria) etc., tudo isso adiciona um peso significativo na rotina de estudos.
Você acha que a prova de língua inglesa está entre as provas mais decisivas na fase discursiva? Quais provas considerou decisivas este ano?
Sim, considero a prova de inglês bastante decisiva, porque as notas oscilam muito. Neste ano, isso aconteceu também com Economia, me parece. Por isso, considero que foram as provas mais decisivas deste ano.
Por fim, você tem alguma dica de ouro para dar aos candidatos que seguem na preparação?
Não sei se considero “dicas de ouro”, mas considero boas recomendações: 1) quanto a línguas estrangeiras, constância (ainda que em sessões de estudo curtas) em vez de sessões de estudo muito longas/intensas e espaçadas); e 2) mais vale conhecer bem o seu material (cadernos, apostilas etc.), ainda que não seja totalmente completo, do que tentar abraçar o mundo (eg, aprofundamento de maneira mais acadêmica e “sofisticada”), sem fixar o conteúdo mais “básico” (essa talvez seja mais polêmica, mas para mim funcionou).
Adorei as dicas! Muitos boas e objetivas! Parabéns, Bruno!
Adorei a entrevista! Dicas muito boas e objetivas! Parabéns, Bruno!