Entrevista com Marcel Soares de Souza, aprovado no CACD 2023

Aprovado após dois anos de estudos, Marcel Soares de Souza nos fala sobre sua preparação em língua inglesa!

Você já tinha conhecimentos avançados da língua inglesa quando começou a estudar para o concurso?

Comecei a estudar para o CACD no final de 2021. Na época, possuía bom conhecimento instrumental do inglês (especialmente para leitura e comunicação oral), e, durante a adolescência, concluí um curso regular de Inglês. Mas nunca havia estudado inglês para fins específicos. Me interessei muito pela proposta pedagógica do CACD’ Inglês e, depois do nivelamento, decidi iniciar pelo “Basic Steps”.

Quais cursos nossos você fez ao longo da sua preparação?

Step by Step (início em fev./2022) e Advanced Steps (inicio em nov./2022). Antes do TPS de 2023, fiz também a Season 1 de Simulados Objetivos.

Como você organizava seu banco de palavras?

A partir das provas anteriores do CACD e das atividades dos Cursos, alimentava o banco de palavras com os vocábulos ou construções que desconhecidos ou que geravam dificuldades. Organizei os bancos por meio do “Notion”, agrupando-os em algumas tabelas por categorias especificas: palavras com dificuldade de grafia, colocações, coligações, phrasal verbs, termos simples. Fiz também uma tabela para palavras com polifuncionais ou com campos semânticos muito amplos (neste caso, por praticidade, apenas com links para os verbetes nos dicionários – Merriam-Webster ou Oxford Learner’s). Nos momentos anteriores às etapas discursivas, construía também alguns repertórios com vocabulário temático (ex: meio ambiente, geopolítica, questões de gênero, tecnologia).

Como você fazia as revisões do banco de palavras?

Considerando a importância da Língua Inglesa para o concurso e para a carreira, optei por inserir a disciplina em todos os dias de estudo, com durações variadas. Revisava as tabelas e coloria as linhas referentes aos termos quando eles já me pareciam assimiliados. Tentava fazer essas revisões pelo menos duas vezes por semana. Além das tabelas que havia montado no Notion, utilizava os aplicativos de celular do “4000 Essential English Words”.

Você estudava vocabulário de alta frequência e de baixa frequência? E como estudava colocações e coligações?

O vocabulário de alta frequência foi estudado principalmente a partir da série “4000 Essential English Words”. O vocabulário de baixa frequência era estudado a partir de palavras ou construções que geravam dificuldades nos exercícios do Curso e nas provas anteriores do CACD. Para as colocações e coligações, também buscava atentar para a forma com a qual elas apareciam nas leituras, e copiava-as para o banco de palavras. Eventualmente, também usava dicionários mais voltados para o aprendizado (Oxford Learner’s Dictionary) e sites como https://www.freecollocation.com/ e ozdic.com . Gostaria de ter usado mais o recurso aos corpora, mas por vezes a rotina de estudo não era compatível com o tempo necessário, principalmente porque eu trabalhei durante quase toda a preparação.

Quais exercícios complementares a nossas aulas você fez (gramática, vocabulário, Vocabulando, extensive reading etc.)?

Na maior parte das vezes, os exercícios das próprias Unidades de conteúdo. Nem sempre foi possível seguir os exercícios do “Vocabulando”, mas eu o considero um material excelente e muito certeiro para as atividades de Versão e Tradução. Atividades de extensive reading foram mais baseadas em artigos de periódicos. Também usei bastante o livro “The World: a Brief Introduction”, de Richard N. Haass, porque tem um repertório temático muito parecido com aquele cobrado no CACD (o interessante é que o livro acabou ajudando com bases de argumentação para outras disciplinas, como Política Internacional e Geografia, por exemplo, além da própria Redação de Língua Portuguesa). Também usei bastante os sites de organizações internacionais (principalmente das Nações Unidas).

Como você estudava com base nas nossas correções individualizadas?

Transcrevi as dificuldades para o banco de palavras. Nas semanas mais próximas à etapa discursiva do concurso, pegava a cópia não corrigida de todas as atividades que eu havia feito até então e as relia para tentar identificar os erros.

Quantas horas de estudos você dedicava, em média, à língua inglesa semanalmente?

Entre 5 e 8 horas.

Como seus estudos de inglês mudavam com a publicação do edital? Você focava só na primeira fase? 

Tentei não mudar o padrão de estudos com base no Edital, e sempre reservava tempo tanto para estudo voltado para o TPS quanto para a Segunda Fase. A única alteração era quanto a frequência de revisões dos bancos de palavras, que eu buscava aumentar nas semanas anteriores ao TPS.

O que você julga importante na preparação para a prova de inglês de primeira fase?

Acho que três elementos são muito importantes para o TPS: (1) Extensive Reading: é uma prática que dá fluência de leitura, ajuda com o tempo de prova e com a concentração, e favorece a assimilação de lógicas e estruturas que podem ajudar a resolver itens mais duvidosos; (2) Bancos de Palavras: tradicionalmente, o TPS tem cobrado muito de competência lexical, daí a importância dos bancos. Mas é importante construir os bancos a partir das próprias experiências de estudo e leitura, pois isso torna o aprendizado mais sólido; (3) Resoluções de Provas Anteriores: querendo ou não, é o que de mais concreto temos em relação à possibilidade de entender o conteúdo, a forma e o estilo da exigência do Concurso.

Você tinha alguma estratégia no que diz respeito a deixar respostas em branco na prova de inglês de primeira fase?

Por conta da penalização mais branda por erro aplicada pelo IADES (0,125), optei por nunca deixar itens em branco.

Sobre a prova discursiva de inglês, em que ordem você acha aconselhável fazer as tarefas? Por quê?

Nos dois anos em que fiz as discursivas, reservei os primeiros minutos para ler o texto a ser resumido e o texto a ser traduzido. Usei essa tática como meio de diminuir a tensão inicial da prova e de “virar a chave” para o inglês na cabeça. Em seguida, lia o texto motivador da Composition, sublinhando termos relevantes, e circulava com força todas as palavras do enunciado que fossem comandos. Tentava concluir o rascunho da Composition em 2 horas, e, em seguida, passava-o a limpo. Na sequência, fazia a Versão, o Summary e deixava a Tradução por último.

Quanto tempo você acha aconselhável reservar para cada tarefa da prova de inglês de segunda fase?

Na situação de prova, e a depender da extensão e do perfil dos textos, esse tempo pode variar bastante, mas acho que é essencial reservar entre 2:00 e 2:30 para a Composition, pelo peso e pela complexidade. Para a Versão, acho que 1 hora é aconselhável, pois, além de ter o segundo maior peso da prova, o risco de cometer erros de CGPL (Correção Gramatical e Propriedade da Linguagem) é bem mais alto que nas demais atividades, pois o texto-fonte limita nossa possibilidade de buscar alternativas de escrita.

Como era seu processo para cada tarefa da prova de inglês de segunda fase? Você conseguia fazer rascunho em todas as tarefas? E revisões?

Além do que relatei, conseguia fazer rascunhos para as atividades de Composition e Versão. Nos dois anos em que fiz a etapa discursiva, não consegui fazer rascunhos para o Summary e a Tradução. Especificamente quanto o Summary, tentava dividir o texto a ser resumido em seções correspondentes a ideias relevantes e redigia o resumo condensando essas ideias em outras palavras.

Por fim, você tem alguma dica de ouro para os candidatos que seguem na preparação?

Acredito que, nos momentos iniciais do estudo, é preciso um pouco de “tentativa e erro”, até que cada um encontre o jeito de estudar e de se organizar que cause menos sofrimento e que dê mais resultado, sem apego a fórmulas pré-fabricadas. No meu caso, acho que foi muito importante ter incluído a Língua Inglesa em todos os dias da preparação, mesmo que com durações variadas, porque a recorrência e a prática são fundamentais para as provas de línguas (se só sobraram 10 ou 15 minutos, por exemplo, acho que é válido inserir qualquer coisa que garanta essa regularidadade, nem que seja a leitura de um artigo mais curto ou uma revisão pontual de alguma parte dos bancos de palavras, cards, etc.). Mesmo assim, acredito que seja importante não se viciar em exercícios práticos, porque com o tempo a consistência do acúmulo de conteúdo vai se perdendo. Então, é muito importante, revisar estruturas que geram dificuldade, rever colocações, revisitar os bancos de palavras e, principalmente, tentar manter um nível de regularidade em extensive reading.

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Veja o depoimento do Marcel e outros depoimentos e entrevistas aqui!

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